Como funciona uma VPN? Um guia de VPN muito detalhado para iniciantes

Os serviços de Rede Privada Virtual (VPN) hoje em dia são um tema quente, uma vez que privacidade na Internet está sob fogo de muitas direções. As empresas estão a tentar recolher mais dados sobre os seus utilizadores na medida em que estão a tornar-se excessivamente intrusivas, enquanto que os países estão divididos acerca da forma de como gerir a situação

Quer um exemplo? Veja isto, isto, istoe isto.

Há anos que utilizamos produtos importantes como o Facebook, o Google, a Microsoft e mais, mas a tecnologia em rápido avanço tem tentado essas empresas a espremer as contas dos utilizadores a cada bit de informação que puderem recolher para fins comerciais.

E embora os governos possam lutar para controlar a situação, nalguns casos são eles próprios os culpados dos mesmos pecados pelos quais as empresas estão a meter-se em problemas - a intrusão de privacidade e recolha ilegal de dados privados.

Então, o que é que podemos fazer individualmente para proteger a nossa privacidade online? A resposta leva-nos de volta ao nosso tópico sobre VPNs.

Tabela de Conteúdos

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O que é uma VPN?

Uma VPN é um serviço que cria uma conexão encriptada a partir do seu dispositivo a um servidor VPN através da sua conexão à Internet.

Pense nela como um túnel que atravessa uma montanha, no qual o seu Fornecedor de Serviços de Internet (ISP) é a montanha, o túnel é a conexão VPN e a saída é a World Wide Web.

Há algumas pessoas que podem confundir as VPNs com alternativas a ter uma conexão com a Internet, mas isso é incorreto.

Originalmente, as VPNs foram criadas para conectar redes empresariais para comunicações mais seguras e convenientes. Hoje em dia, os fornecedores de serviços VPN trabalham arduamente para encaminhar todo o seu tráfego para a Internet - contornando a monitorização dos governos ou dos fornecedores de Internet e até a censura forçada em alguns casos.

Resumindo, pense numa VPN como um serviço projetado para o ajudar a obter total acesso à Internet e para o proteger enquanto a utiliza.

O que é que faz uma VPN?

O principal objetivo de uma VPN é criar um túnel seguro para os seus dados viajarem até os seus servidores antes de passarem para a Internet. Isto, no entanto, resultou em alguns outros benefícios, como a falsificação de localização.

Embora possa parecer insignificante para si, a falsificação de localização ajudou muitas vezes as pessoas a superar as barreiras de localização geográfica. Tomemos a Grande Firewall da China como exemplo. O governo chinês censura fortemente a Internet e muitas coisas que tomamos como garantidas online são bloqueadas na China. Apenas através de uma VPN é que os utilizadores localizados na China podem aceder a sites como o Google e o Facebook.

Para os utilizadores ponto a ponto (P2P), para além do risco de identificação, também correm o risco de ter o seu mapeamento de portas identificado através de Torrent. As VPNs ajudam a mascarar tudo isto para que as suas portas abertas não possam ser facilmente exploradas.

Aqui está uma lista de serviços VPN que ainda funcionam na China elaborado pelo CompariTech.

Vantagens da utilização de uma ligação VPN

Em resumo -

• Anonimato
• Segurança
• Acesso aos serviços de geo-localização bloqueados (Netflix, Hulu, etc)

Como referi, o primeiro e principal objetivo das VPNs, hoje em dia, é o anonimato. Ao criar um túnel seguro do seu dispositivo para os servidores e encriptar os dados que viajam através desse túnel, as VPNs protegem eficazmente toda a sua atividade de dados.

Anonimato

Isto significa que qualquer pessoa que tente descobrir o que está a fazer na Internet, tal como os sites que visita e etc., não será capaz de descobrir muito. As VPNs estão tão focadas no anonimato que muitas delas atualmente aceitam pagamentos que não podem ser seguidos, tais como certificados em moeda criptográfica e certificados de oferta.

Falsificação de localização

A falsificação de localização surgiu como um benefício secundário dos serviços de VPN. Como os serviços VPN têm servidores em muitos locais em todo o mundo, ao ligar-se a esses servidores pode 'falsificar' a sua localização como sendo a mesma que a do servidor VPN.

Dicas de especialistas

Alguns fornecedores do mercado podem não ser honestos com as suas ofertas de serviços. Afirmam oferecer servidores físicos em vários locais, mas alguns deles são de facto virtuais. Por outras palavras, pode estar ligado a um servidor localizado num país, mas receber um endereço IP atribuído a outro país. Por exemplo, um servidor na China pode, na verdade, ser dos Estados Unidos.

Isso é mau porque significa que os seus dados passam por múltiplos servidores em diferentes partes do mundo antes de chegarem ao destino final. Não há garantias de que os cibercriminosos, agências de inteligência secretas, ou caçadores de violação de direitos de autor coloquem a sua mão num destes servidores intermediários.

Para evitar este problema, os utilizadores devem realizar testes adequados para verificar a verdadeira localização de uma VPN. Aqui estão quatro ferramentas que pode usar: Ping Test Tool, Traceroute Tool, BGP Toolkit, ou a Ferramenta de Prompt de Comando também conhecida como CMD no Windows.

- Hamza Shahid, BestVPN.co

Segurança

Muitos serviços VPN começam hoje também a implementar maiores medidas de segurança para beneficiar os seus utilizadores. Começaram principalmente para ajudar a bloquear a recolha e o seguimento de dados online, mas agora expandiram-se para incluir o bloqueio de anúncios e, em alguns casos, até soluções antivírus.

Como funciona realmente uma Rede Privada Virtual

É um pouco difícil descrever como funciona uma VPN, a menos que um pequeno detalhe técnico esteja envolvido. No entanto, para aqueles que apenas querem noções básicas, uma VPN cria um túnel seguro do seu dispositivo para o servidor VPN e, a partir daí, até à World Wide Web.

Em maior detalhe, uma VPN primeiro estabelece um protocolo de comunicação a partir do seu dispositivo. Este protocolo estabelecerá os limites de como os dados irão viajar do seu dispositivo para o servidor VPN. Existem alguns protocolos VPN principais que são comuns, embora cada um tenha as suas próprias vantagens e desvantagens.

Protocolos comuns de VPN

Embora existam muitos protocolos de comunicação, existem alguns mais tradicionais que são frequentemente suportados, independentemente da marca de serviço VPN. Alguns são mais rápidos, outros mais lentos, outros mais seguros, outros menos. A escolha é sua, dependendo das suas necessidades, pelo que esta poderá ser uma boa secção a que deverá prestar atenção, caso pretenda utilizar uma VPN.

Em resumo -

• OpenVPN: Protocolo de código aberto que é de velocidade média mas oferece um forte suporte de encriptação.
• L2TP / IPSec: também é bastante comum e oferece velocidades decentes, mas é facilmente bloqueado por alguns sites que não favorecem os utilizadores da VPN.
• SSTP: Não tão frequentemente disponível e, para além da sua uma boa encriptação, não há muito a recomendar.
• IKEv2: Conexão muito rápida e especialmente boa para dispositivos móveis, embora ofereça padrões de encriptação mais fracos.
• PPTP: Muito rápido, mas ao longo dos anos tem estado cheio de brechas de segurança.

Comparação de Protocolos VPN

1. OpenVPN.

O OpenVPN é um protocolo VPN de código aberto e isto é tanto o seu ponto forte quanto a sua possível fraqueza. O material de código aberto pode ser acedido por qualquer pessoa, o que significa que não apenas os utilizadores legítimos podem utilizá-lo e melhorá-lo, mas aqueles com intenções não tão boas também podem examiná-lo à procura de pontos fracos e explorá-los.

Ainda assim, o OpenVPN tornou-se muito popular e continua a ser um dos protocolos mais seguros disponíveis. Ele suporta níveis muito altos de encriptação , incluindo o que é considerado para a maioria como encriptação de chave 'inquebrável' de 256 bits que requer autenticação RSA de 2048 bits e um algoritmo de hash SHA160 de 1 bits.

Graças a ser de código aberto, também foi adaptado para utilização em quase todas as plataformas atuais, desde o Windows e iOS a plataformas mais exóticas, como routers e micro dispositivos, como o Raspberry Pi.

Infelizmente, a alta segurança tem os seus inconvenientes e o OpenVPN é frequentemente visto como sendo muito lento. No entanto, isso é mais uma compensação, uma vez que é normal que quanto mais altas as taxas de encriptação utilizadas, mais tempo será necessário para processar fluxos de dados.

2. Protocolo do Túnel de Camada 2 (L2TP)

Protocolo de Túnel de Camada 2 (L2TP) é de facto o sucessor do Protocolo de Tunelamento Ponto a Ponto (PPTP) e a Protocolo de Encaminhamento de Camada 2 (L2F). Infelizmente, uma vez que não veio equipado para lidar com a encriptação, foi frequentemente distribuído juntamente com o protocolo de segurança IPsec. Até hoje, essa combinação tem sido vista como a mais segura e sem vulnerabilidades até à data.

Uma coisa a notar é que este protocolo usa UDP na porta 500, o que significa que os sites que não permitem tráfego VPN podem detetá-lo e bloqueá-lo facilmente.

3. Protocolo de Tunelamento de Soquetes Seguros (SSTP)

O SSTP (Secure Socket Tunneling Protocol) é um dos menos conhecidos entre as pessoas comuns, mas é muito útil simplesmente porque foi totalmente experimentado, testado e vinculado a todas as versões do Windows desde os dias do Vista SP1.

Também é muito seguro, ao utilizar chaves 256 bits SSL e SSL/Certificados TLS 2048 bits. Infelizmente, também é propriedade da Microsoft, por isso não está aberto ao escrutínio público – novamente, bom e mau.

4. Troca de Chaves de Internet versão 2 (IKEv2)

A Troca de Chaves de Internet versão 2 (IKEv2) foi co-desenvolvido pela Microsoft e pela Cisco e foi originalmente concebido simplesmente como um protocolo de encapsulamento. Por isso, também faz uso do IPSec para encriptação. A sua agilidade na reconexão a conexões perdidas tornou-o muito popular entre aqueles que o utilizam para a implantação móvel de VPNs.

5. Protocolo de Tunelamento Ponto a Ponto (PPTP) 

O protocolo PPTP (Point-to-Point Tunneling Protocol) é um dos dinossauros entre os protocolos VPN. Dos protocolos VPN mais antigos. Embora ainda existam alguns exemplos de utilização, este protocolo caiu por terra em grande parte devido a grandes e gritantes lacunas na sua segurança.

Tem várias vulnerabilidades conhecidas e tem sido explorado tanto pelos bons como pelos maus há muito tempo, tornando-o já não desejável. De facto, a sua única graça salvadora é a sua velocidade. Como mencionei anteriormente, quanto mais segura for a conexão, maior a probabilidade de ver a sua velocidade diminuir.

Métodos de encriptação e força

A forma mais simples de descrever a encriptação que me ocorre é, talvez, a de estragar a informação para que apenas uma pessoa que tenha o guia de como a estragou possa traduzi-la de volta ao seu significado original.

Tomemos por exemplo uma única palavra - Cat.

Se eu aplicar encriptação 256-bit nessa palavra, ela será completamente embaralhada e indecifrável. Mesmo o supercomputador mais poderoso do mundo iria levar milhões de anos a tentar desencriptar essa única palavra com a encriptação 256-bit aplicada nela.

Além disso, os níveis de encriptação são exponenciais, pelo que a encriptação 128-bit não oferece metade da segurança da encriptação 256-bit. Embora ainda formidável, os especialistas acreditam que a encriptação 128-bit será brevemente quebrada.

Estes métodos e pontos fortes de encriptação são normalmente aplicados automaticamente, dependendo da aplicação que utilizamos, tais como e-mail, navegadores ou outros programas. As VPNs, por outro lado, permitem-nos escolher os tipos de encriptação que pretendemos, uma vez que o tipo que escolhermos afeta o nosso desempenho VPN.

Desta forma, podemos "ajustar" o desempenho do nosso serviço VPN. Por exemplo, alguns podem preferir uma encriptação extrema e estarem dispostos a sacrificar a velocidade. Outros podem preferir velocidade e aceitar um nível mais baixo de encriptação.

Tudo isto é necessário e afetado pela encriptação, porque quando está conectado a um serviço VPN, os dados que envia ao tentar navegar na Internet passam pela conexão VPN encriptada.

A minha experiência pessoal acerca da VPN

Eu já estive a pesquisar, testar e a experimentar as VPNs durante a maior parte do ano. Embora eu possa ainda não ser um especialista técnico em VPNs, tenho a certeza de ter descoberto mais do que alguma vez desejei sobre estes serviços.

As minhas experiências incluíram o uso de VPNs em várias plataformas, incluindo as suas aplicações móveis android, plug-ins de navegadores e com diferentes modelos de uso. Alguns agradavelmente surpreenderam-me, mas outros desapontaram-me completamente.

Devo dizer que no fim de contas, independentemente das capacidades de um produto, não há absolutamente nenhuma razão para que qualquer uma destas empresas tenha um mau serviço ao cliente. E sim, eu classifico a incompetência e a preguiça como 'mau serviço ao cliente'.

O Equipamento

Na sua maioria, os meus testes foram realizados utilizando um cliente VPN de código aberto ou uma aplicação VPN instalada numa máquina baseada em Windows. Estes são normalmente bons, e descobri que é geralmente o caso em que o hardware que temos em casa limita mais a nossa VPN do que o próprio serviço.

A coisa mais importante que aprendi sobre o equipamento é que, se pretende implementar uma VPN diretamente no seu router, tem de estar ciente de um fator muito importante - a sua VPN deve ter um processador de primeira qualidade. Estes estão normalmente limitados à gama de preços "oh-meu-Deus" dos routers sem fios de consumo, e mesmo assim, são bastante limitados.

Por exemplo, eu tentei algumas VPNs num humilde Asus RT-1300UHP o que é bom para a maioria das casas. Pode certamente suportar até velocidades de gigabit totais (via LAN) e até 400+ Mbps em Wi-Fi. No entanto, só conseguiu um débito de cerca de 10 Mbps quando a VPN foi configurada. A esse ritmo, o processador já estava a esforçar-se a 100% constantemente.

O tipo de router de que precisa está no intervalo do ROG Rapture GT-AC5300 / Netgear Nighthawk X10 - Caro e não a norma para a maioria das famílias. Mesmo assim, se as suas velocidades de Internet forem rápidas - o estrangulamento continuará a ser o seu router.

A conexão à Internet

Eu comecei a testar VPNs numa linha de 50 Mbps que me estava a dar velocidades próximas das anunciadas - normalmente consegui cerca de 40-45 Mbps. Eventualmente, mudei para uma linha de 500 Mbps para a qual eu obtive cerca de 80% de velocidades anunciadas - normalmente 400-410 Mbps.

Foi apenas quando mudei para uma linha de velocidade mais alta que percebi que muitas VPNs lutam para gerir essas velocidades devido a uma combinação de fatores. Isto inclui a máquina na qual a executa, a distância entre si e o servidor VPN que escolhe, que taxas de encriptação prefere e muito mais.

Por que é que utilizei uma VPN?

1. Transmissão em tempo real (Streaming)

No início era sobretudo um teste de velocidade, apenas para manter um histórico, bem como uma experiência. Uma vez estabelecida uma linha de base, comecei a testar outros sites de download ou vídeos de streaming. Na sua maioria, descobri que quase todas as VPNs são capazes de transmitir vídeos UHD de 4k.

2. Torrent

O Torrent também foi testado, claro, e achei isso um pouco decepcionante. Penso que assim que a velocidade da sua Internet doméstica atingir um determinado ponto, verá que o desempenho do seu serviço de VPN cai drasticamente, a menos que invista significativamente em melhores infra-estruturas.

3. Jogos

Eu não jogo muito (pelo menos não os jogos que importam para o desempenho VPN), mas tomei nota dos tempos de ping. Se é um jogador que espera utilizar uma VPN para aceder a um jogo que fica fora do seu país, pode ficar desiludido. Os tempos de ping aumentam muito quanto mais longe se está dos servidores VPN, mesmo que as velocidades sejam rápidas e estáveis.

Conclusão: Precisa de uma VPN?

A privacidade pessoal online está cercada de tantas direções e isso parece ter acontecido de um dia para o outro. Já lá vão os dias em que só nos tínhamos de preocupar com os cibercriminosos, mas agora também temos de nos preocupar com as empresas e governos que querem roubar os nossos dados pela mesma razão - explorar para os seus próprios fins.

Naturalmente, a sua necessidade de utilizar uma VPN iria depender em grande medida do país em se encontra, uma vez que cada um tem níveis de ameaça diferentes. A pergunta não é algo que possa ser respondido com um simples sim ou não.

Contudo, pela taxa de aumento do valor do mercado global de VPN, direi que é muito provável que, mais cedo ou mais tarde, venha a precisar de uma. Já se passou o tempo em que os utilizadores individuais começaram a tomar a sua privacidade e segurança online como garantidas e a procurar formas de proteger as suas informações.

Temos utilizado a Internet de maneira complacente da mesma forma que sempre o fizemos, apenas navegando o mais despreocupadamente possível. É verdade que os vírus e o malware nos tornaram mais cautelosos, mas pouco mudou.

Pessoalmente, sinto que a adoção de um serviço VPN deve ser o próximo passo a ser dado por cada utilizador da Internet. Há uma necessidade premente de romper com a mentalidade de que não estamos ameaçados pelo que fazemos online.

Tomemos, por exemplo, alguém que apenas quer ficar online e procurar algumas fotos de alguns gatos giros. Ao fazer isso, informações como os seus hábitos de navegação, gostos / desgostos, localização e muito mais estão a ser recolhidas pelas autoridades ou organizações. Este pensamento não é suficientemente assustador para obrigar a alguma forma de ação?

Então, eu digo sim, mesmo que pense que não precisa de - Precisa realmente.

Perguntas frequentes sobre a Rede Privada Virtual (VPN)